A diversão predileta do menino era brincar com as palavras.
E como ele brincava bem.
O mais admirável é que não havia rotina naquilo.
O jogo tanto podia ser engraçado quanto triste, arrancar gargalhadas, fazer chorar de tristeza ou de emoção.
Ninguém do seu clubinho escolhia as peças do tabuleiro com tanta ternura.
Olha...só o vi nervoso, de se transformar, em outro tipo de jogo. Futebol, conhece?
Ele conhecia, amava. Amava também uma estrela solitária e um Mané de pernas tortas.
Amava todos os esportes, acho que pelas crônicas que são capazes de produzir.
Crônicas, sabe o que é isso?
Ele sabia como poucos. E conseguia juntar suas paixões numa folha de papel.
Perdi a conta dos golaços que marcou em linhas retas, apenas com o auxílio de uma pena finíssima.
A brincadeira ficou séria.
O menino extrapolou os limites do pátio da escola, vindo mais tarde a comandar grupos e grupos de contadores de histórias.
É, gente metida a participar do jogo das palavras.
É uma profissão. Uma missão.
O jornalismo Mestre nesse “ramo” o menino criou um estilo. Um dia ele se cansou, parou de brincar.
Não porque quis. Sim, porque construíram uma sala de recreação, quer dizer redação, no céu.
Ela só funcionaria de verdade com a presença do menino Armando.
Ainda bem que ele tem prática em voar.
E que nos ensinou a brincar, não importa que as palavras sempre irão gostar mais dele.
Queria o que ?!
Texto: André Plihal - ESPN Brasil
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