Cinco derrotas nos últimos seis jogos. E Caio Jr. é a vítima da vez no Botafogo.
A três rodadas do fim da temporada, soa meio estapafúrdio. Mas Caio resistiu até onde podia. A decisão foi tomada em doses homeopáticas nos últimos insucessos.
Caio é vítima de si próprio, por dois motivos que não são complementares.
Ao contrário.
Curiosamente, o técnico paga pelo bom tabalho que fez em boa parte do ano, quando conseguiu levar um elenco desacreditado a lutar por objetivos que quase ninguém esperava. O Botafogo esteve, até poucas horas atrás, na luta pelo título brasileiro.
O grande aumento de expectativa, no fim das contas, se voltou contra ele.
Mas Caio é vitima também da própria confusão de ideias. Não apenas das convicções frágeis, que mudavam ou andavam se contradizendo nos últimos jogos.
Principalmente, vítima do próprio discurso esfarrapado quando o time piorou.
Atribuir derrota em casa (contra o Figueirense) ao “fator gol” era um sintoma de que o repertório de explicações e auto-crítica já andava mal das pernas.
Culpar um suposto comportamento derrotista da torcida, uma suposta cultura pessimista do clube – fato recorrente em várias entrevistas – pegou mal.
O Botafogo tem história centenária, bem escrita à sua maneira, que certamente não precisa de interpretações e correções de rumo no divã de um forasteiro.
Ao não reconhecer erros seus e dos jogadores e transportar a responsabilidade para clube ou torcida, Caio se colocou acima deles. E se isolou.
Deu a impressão de que estava sozinho no leme, se vencesse, seria contra tudo e até contra eles. Seus inimigos ocultos não estavam mais só em campo, mas dentro de casa, sobretudo na arquibancada.
Quando alguém assume essa postura, perde o direito de empatar ou perder. Tem que se garantir.
E Caio fracassou.
A demissão não representa uma desistência do clube no fim do ano. O Botafogo ainda quer ganhar.
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